segunda-feira, 15 de março de 2010


Hoje é madrugada, crianças dormem nas calçadas sem saber por que. Pessoas bebem nos bares sem saber por que. E sem saber por que escrevo, apenas escrevo. Não há lugares, e desertos são tão aconchegante às vezes. O que se cala é tão revelador, é como subir na pirâmide do Egito e silenciosamente gritar o irrevelável. Olhar para baixo e perceber que quando o vento não leva o que a mente guarda, os pensamentos se tornam desagradáveis companhias.
No deserto eu ouvia atenta os conselhos do meu coração. Tão frágeis, amargos de si mesmo, tão insuficientemente fortes. Espelho quebrado é como um coração que se esqueceu de amar sem medo.Espelho é areia do deserto quando olhamos tão carinhosamente seu formato de grão. Tão mínimo, tão grandiosamente minúsculo como o saber das coisas, como o calar de fogos de artifícios.