quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

quadro

eu moro onde não tem nome
na minha terra nada mais
sol vem da janela
um corredor às vezes vazio,
outras vezes cercada de curiosos,
amantes de arte, ou coisas assim
outro momento apenas um olhar vazio,
perdido alí.
eu vejo sorrisos emoldurados
alegria e tristeza espelhados,
buscam algo que não tenho.
nada tenho,
sou feita de tintas,e um pouco de criatividade
uma pintura íntima
guiada pela arte
me alimento dos artistas e dos olhares,
tão sedentos
tão aflorados
cada feição é uma obra de arte
uma reação é uma eterna moldura
sou quadro
tintas secas que o pintor reuniu
criador me fez de arte, amor e dor.
emoldurada num corredor às vezes vazio,
às vezes cercado de vozes, sorrisos,
de algo que não sei o nome.

-Daiane Machado