quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

No meu coração Brian e o Haiti.


Nem só de versos se faz um livro de poema ou uma história, mas uma história se torna grandiosa quando encontramos alguém que por um instante nos faz pensar grandiosamente.Tudo faz sentido quando encontramos pessoas que nos convidam a atravessar fronteiras mágicas e colaboram para o despertar do que está além do que vemos e sentimos.
Eu encontrei uma dessas; alías, algumas, mas hoje me vem a cabeça apenas um americano alto, magrelo, com cabelos de fogo parecendo um campo de trigo.Sorriso aberto, como quem tem o coração grande demais para caber dentro de um corpo, e um corpo alto demais para ser tão doce e gentil. Pode parecer uma história de amor, mas diferente disso, e quase tão grandiosa foi a lição magnífica e tempos preciosos que vivi ao lado desse grande homem de apenas 25 anos, dono de lindos olhos verdes e de planos humanitários mais encantadores que ouvi.
Brian é o seu nome, economista por formação, escritor, e livre viajante por opção, essa por demais satisfatória.Um primeiro encontro inusitado numa galeria de fotos, em 30 minutos de conversa que beirava do português, italiano ao inglês, um modo divertido de nos fazer entender, como dizia Brian.Uma conversa que leva para vários lugares do mundo percorridos por ele, que saiu de casa após se graduar, e passou de economista a escritor, e logo a diretor de um documentário sobre o Haiti. Lembro que dos muitos países já abitados por ele, um era especial, O Haiti.
Defensor das causas socias, Brian me disse que não conseguia conviver com a riqueza do seu próprio país, EUA. Ele precisava de mais, e buscava esse mais no país mais pobre da américa. Em Fondwa , um vilarejo com 8.000 pessoas, localizada no alto das montanhas do sul do Haiti.
Brian teve grande influência na fundação da primeira e única universidade rural ,fundada em Fondwa, que tinha como cursos de língua e cursos agrônomos, que curiosamente eu já quis fazer um dia, a tão sonhada agronomia. Brian dizia que os cursos de idiomas e agrônomos eram essencias para um país que lutava pela sobrevivência, e dava passos lentos para seu sonhado desenvolvimento. Além de secretário da universidade de Fondwa, Brian foi responsável pelo documentário -living in Fondwa-, a que tive a honra de assitir acompanhada de seu idealizador e sob suas impressões.
Esse tão brilhante homem em uma breve morada pelo Brasil foi capaz de olhar e de amar esse país como poucos que conheço. Em um dos nossos passeios pelo centro da cidade, ao lado do teatro municipal, seus olhos se perdiam entre a beleza do monumento e sua história, tão fascinantemente conhedida por ele que é estrangeiro. Seu olhar admirado era também carregado de um alto poder perceptivo, que analisava com expressão desanimada as crianças em volta pedindo um pouco da porção que se encontrava em cima da nossa mesa.Nesse momento os olhos que a tudo fitava, cediam lugar a boca que me falava - elas podem pegar o quanto quiserem, devem comer,pois sentem fome.
Poucos momentos na vida foram tão valiosos,como os momentos que vivi ao lado dessa pessoa, que me fez imaginar como seria se eu pensasse e também destinasse um pouco da minha vida à tão belas obras. Hoje meu coração chora com Brian pelo Haiti, diante a grande destruição que atingiu pessoas e sonhos. Revendo o blog de Brian, onde encontro a descrição -
Este blog destina-se a lançar luz sobre algumas das mudanças positivas que os haitianos estão trabalhando para trazer para o seu país. Venha para a viagem! - meu coração também chora com Haiti pelo Brian.
-Daiane Machado-